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PCR para viajantes: quanto custa o teste que será exigido para entrar no Brasil

Ao longo de 2020, com a pandemia alterando a forma como as pessoas viajam pelo mundo, o exame PCR se transformou num documento tão fundamental como passaportes e vistos. Centenas de países passaram a permitir a entrada apenas de pessoas com testes negativos para Covid-19. O Brasil, a partir de 30 de dezembro, será mais um deles: a apresentação de um PCR negativo será obrigatória para a entrada em território nacional, tanto para estrangeiros quanto para brasileiros.

Em novembro, a Organização Mundial de Turismo (OMT) contabilizou 126 países que exigiam exames PCR aos turistas internacionais. A grande procura por esse tipo de teste, seja para viajar de um país para o outro, seja para visitar familiares e amigos neste momento de festas de fim de ano, ou mesmo por causa do crescimento no número de casos de Covid-19 em todo o mundo, tem criado uma série de problemas. A alta nos preços e o mercado paralelo de exames falsos são alguns deles.

Mas quanto custa fazer um PCR fora do Brasil? Os preços variam muito, e podem representar uma significativa quantia extra para o viajante. Um estudo da seguradora April mostra que um exame PCR pode custar 153 euros (R$ 973) nos Estados Unidos, 250 euros (R$ 1.590) no Reino Unido e até 347 euros (R$ 2.207) no Japão.

— As diferenças se devem às circunstâncias médicas do país. Em alguns, procurar um médico significa comparecer ao setor privado, onde o atendimento é extremamente caro — afirmou Isabelle Moins, diretora geral da April International à agência de notícias AFP.

Em países como a França, por exemplo, o teste é gratuito, independentemente das circunstâncias que motivaram o mesmo. Mas em outros locais, apenas os pacientes com sintomas são reembolsados. Ou, na melhor das hipóteses, aqueles que tiveram contato com uma pessoa que testou positivo para Covid-19. Isto significa que muitos viajantes precisam pagar pelo exame.

É o que acontece no Reino Unido, onde os testes PCR são gratuitos para as pessoas que têm sintomas ou vivem nas áreas com restrições mais elevadas. As demais precisam procurar laboratórios privados. Boots, uma das principais redes de farmácias do país, oferece um teste a 120 libras esterlinas (R$ 847). Na clínica particular Harley Street Clinic, de Londres, custa mais que o dobro.

Na Espanha, o exame é gratuito quando prescrito por um médico. Sem o pedido, a pessoa deve comparecer a um centro particular e pagar entre 115 (R$ 731) e 180 euros (R$ 1.145), segundo uma organização de defesa dos consumidores. Em outros países, como Alemanha ou Itália, os preços podem variar de 59 (R$ 375) a 190 euros (R$ 1.209). Na Coreia do Sul, com exceção da região de Seul, o exame para uma pessoa sem sintomas custa US$ 108 (R$ 562).

Mas por que os preços são tão altos? Um estudo de julho da organização Epicentre, que apoia as missões epidemiológicas da ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF), afirma que “o custo de um exame PCR fica entre 15 euros (R$ 95) e 25 euros (R$ 159) dependendo dos métodos”, sem considerar o material de extração como o cotonete, os salários dos profissionais que realizam o teste e os equipamentos de proteção que devem usar para praticar a tarefa, assim como o custo do local do exame. Na França, o governo estipulou que o Estado deve pagar 43,20 euros aos laboratórios por cada teste.

Nesse contexto, algumas pessoas podem desistir de fazer o teste ou procurar o mercado clandestino, onde podem receber um falso resultado negativo.

Muitas pessoas preferem “não fazer um teste devido à falta de recursos econômicos”, explica Ayman Sabae, diretora para questões de saúde na ONG Iniciativa Egípcia para os Direitos Pessoais. Neste país, o exame custa 2.000 libras, o salário mensal de um trabalhador.

Em Moçambique as autoridades descobriram em outubro uma rede de falsos testes negativos em uma área próxima da fronteira com a África do Sul. A maioria dos exames no país acontece em clínicas particulares, e o custo é igual ao de um salário mínimo.

No Gabão, onde um teste com resultado negativo é exigido para passar de uma província a outra no transporte público, uma jovem estudante de Libreville que precisa viajar de ônibus para encontrar a família afirma, sem revelar a identidade, que paga o equivalente a 18 dólares para obter um certificado falso.

O mercado paralelo de resultados falsos de testes para Covid-19 também existe no Brasil. Em Fernando de Noronha, um dos destinos no país que já exigiam exames negativos dos visitantes, quatro turistas foram presos acusados de falsificarem o comprovante. O caso aconteceu no final de outubro, e envolveu dois casais do Tocantins, que chegaram ao arquipélago pernambucano num jatinho particular e são suspeitos de terem alterado a data de coleta dos exames.

Fonte: turismo.ig.com.br

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