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Máscaras de pano protegem menos contra variantes do coronavírus?

Conforme a ciência avança na descoberta de novas variantes da Covid-19, protocolos de saúde precisam ser revistos e substituídos. O que os pesquisadores não têm mais dúvidas é sobre via de contágio predominante, que são as gotículas de saliva expelidas quando uma pessoa fala, espirra ou tosse – daí a importância do uso da máscara. Mas não mais qualquer máscara. As novas cepas colocaram em xeque a eficácia de determinados tipos, principalmente as caseiras.

A forma como o vírus é transmitido não mudou, o que mudou é que agora ele é mais transmissível. Quem afirma isso é Vitor Mori, doutor em engenharia biomédica pela USP em entrevista ao podcast Café da Manhã, que foi ao ar na segunda-feira (8). “Isso significa que nós precisamos inalar uma quantidade menor do vírus para desenvolver a doença. Por isso é fundamental que a gente comece a utilizar máscaras melhores e que reduzam a emissão de partículas potencialmente contaminadas”, disse o pesquisador, que é integrante do Observatório Covid-19 BR.

Como não existe regulamentação e nem controle sobre a produção das máscaras de pano, não raro as pessoas escolhem um modelo pelo preço ou até pela estampa. “Quando falamos de máscaras, dois pontos devem ser levados em conta: primeiro é o ajuste ao rosto, quão bem vedada ela está. E segundo é a capacidade filtrar as partículas. De nada adianta filtrar bem se ela não está ajustada ao rosto”, diz Vitor Mori.

O alerta já soou nas companhias aéreas. Desde 1 de fevereiro, a alemã Lufthansa só permite a bordo o uso de máscaras hospitalares (do tipo cirúrgica) ou filtrantes (FFP), sem válvula acoplada. As máscaras FFP possuem denominações diferentes de acordo com o país em que são fabricadas: N95 (Estados Unidos), KN95 (China), FFP2 (Europa) e PFF2 (Brasil). Máscaras de tecido não são mais aceitas pela aérea alemã.

Alguns países da Europa como França, Alemanha e Áustria estão em uma campanha contra o uso de máscaras de tecido. A recomendação é que a população use proteções feitas de materiais mais resistentes. Na Alemanha, para andar de transporte público e fazer compras em lojas e supermercados é obrigatório usar máscaras cirúrgicas ou as do tipo FFP.

Qual a máscara devo utilizar?

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), máscaras médicas ou cirúrgicas devem ser usadas por pessoas com sintomas de Covid-19, que tiveram contato com alguém doente, os maiores de 60 anos ou quem vive com comorbidades.

Máscara de tecido – ela surgiu como solução temporária quando ainda havia dificuldades na produção das descartáveis, mas acabou ficando. É indicado trocá-la a cada duas horas se a pessoa estiver tossindo ou espirrando muito. Uma máscara feita de algodão cobrindo adequadamente boca e nariz é o suficiente para ser utilizada em espaços abertos e com pouca quantidade de pessoas. As que possuem três camadas podem filtrar cerca de 70% das partículas.

Máscara cirúrgica – indicada para quando a pessoa for permanecer a menos de um metro de outras pessoas, principalmente em locais fechados, com pouca ventilação e muita gente. Ela deve ser utilizada sempre que a pessoa estiver gripada ou com suspeita de coronavírus – o objetivo é proteger as pessoas ao redor.

Máscara PFF2 ou N95 – oferece proteção maior que a cirúrgica e é a mais indicada para voos, viagens de ônibus e lugares com aglomeração. Ela vem com uma haste de metal para ser ajustada ao nariz e tem também dois elásticos: um para envolver o pescoço e outro a cabeça. No início, elas podem parecer desconfortáveis porque justamente vedam mais, mas com o tempo a pessoa acaba se acostumando. O artefato possui uma estrutura semirrígida e uma espécie de bolsa (que parece um “bico de pato”) que não deixa encostar no nariz, trazendo mais conforto.

As máscaras PFF2 podem ser consideradas descartáveis em tempos normais, mas como estamos em um período de escassez – e não podem faltar para quem está na linha de frente –, elas podem ser reutilizadas. Uma dica é comprar três máscaras e usar uma por dia em sistema de rodízio. Não é recomendado lavá-las nem borrifar álcool para não interferir na qualidade da filtragem.

Voos e máscaras no Brasil

Aeroportos e companhias aéreas brasileiras adotam medidas de segurança sanitária estipuladas pela Anac e pela Anvisa. Entre elas estão: limpeza e desinfeção de aeronaves, distanciamento social, proteção dos profissionais e suspensão do serviço de bordo. As empresas obrigam o uso de máscaras durante todo o voo, mas sem especificar o modelo.

A única flexibilização para o uso de máscaras a bordo é para pessoas com problemas respiratórios comprovados, transtorno do espectro autista, deficiência intelectual ou transtorno psicossocial. Para ser liberado do uso, o passageiro deve preencher um formulário, ter um laudo médico e falar com a companhia aérea para solicitar a liberação.

Em maio de 2020 a Anvisa publicou uma lista de máscaras do modelo PFF2 ou N95 reprovadas, acesse aqui.

Fonte: viagemeturismo.abril.com.br

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